5 de dez. de 2011

venha pequena.
eis uma cena maravilhosa:
você e eu no mundo
infinito de uma tarde amena.
uma cena, pequena, instigante e fatal
de um minuto imortal e neutro.

tão gulosa será a noite em nós dois (dá pra ver)
preguiçosa a manhã de depois.
quão serena a despedida de duas lágrimas
que se afogam pela última vez

minha pequena, eis a cena ideal
que me condena e fere a cada dia.
tortura de um gozo a beijar e negar.
visto que seu destino é virar poesia

28 de nov. de 2011

mas, hein.

barulho e interrupçao nao incomodam minha inspiraçao, mas a transpiraçao se torna impossível: é foda. E dói no fígado mais do que no coraçao.

31 de ago. de 2011

Teto Preto (O amor e a memória de Deus)

Quem consegue, segue. quem duvida, aplaude.
Quem suspira, pira.
Quem cedia, ilude.
Quem padece, tece.
Quem releva, acorda.
Quem perdoa, doa.
Quem demora, rasga.
Quem lambuza, usa.
Quem assina, beija.
Quem maltrata, mata.
Quem carrega, nega.
Quem lambe, espalma.
Quem sugere, fere.
quem agrada, colhe.
Quem seduz, reproduz.
Quem rabisca, cisca.
quem remete, dói
Quem toca, reveste.
quem publica, telefona.
Quem saca, ataca.
Quem cativa, delega.
Quem sustenta, atenta.
Quem planta,esfola.
Quem jura, dedura.
Quem galopa, pode.

Deus te ama e chora.
E agora, quem se dana?
Quem teme o tema livre da morte,
ora,
que sempre chama a tudo e vive.